Título: Blood
Omen - Legacy of Kain; 1996
Gênero:
RPG/Action
Plataforma:
Playstation, PC (Windows)
Desenvolvedora: Silicon Knights / Crystal Dynamics
Blood Omen: Legacy of Kain com
certeza é parte de uma das mais complexas sagas do mundo dos games. Para que se entenda
a história de forma completa, é necessário que se jogue todos os cinco jogos da
série e entender a tamanha confusão envolvendo viagens temporais, paradoxos e
eventos caóticos que envolvem o mundo de Nosgoth. Esse é o primeiro jogo da
saga, e foi o único que utilizou gráficos 2D e visão de cima, lembrando nosso
saudoso Zelda.
História do jogo:
Obviamente que toda saga tem um
início, e nesse jogo acompanhamos a história de Kain ainda humano, sendo morto
e se transformando em um dos maiores anti hérois da história. O jogo começa com
Kain sendo assassinado por humanos e logo depois sendo ressuscitado por um
necromante chamado Mortanius e se transformando em um vampiro, que busca
vingança e vai atrás dos seus algozes.
Ao longo da história, nos
deparamos com o mundo de Nosgoth, seus seres sobrenaturais e também os pilares,
que acabam se tornando uma parte essencial da história. Basicamente eles são o
equilíbrio do mundo, e graças a eventos acontecidos entre os humanos e os
vampiros, esse equilíbrio cai por terra e cabe a Kain ir em busca da
restauração, mesmo contra sua vontade. Como a saga possui uma história muito
complexa, falar muito acaba estragando a surpresa, pois ao longo do jogo
acontecem reviravoltas dos mais diversos tipos. Vale a pena jogar e acompanhar
a história e origem de Kain, que veio a se tornar o mais poderoso vampiro já
existente.
Impressões e minha experiência:
Terminar Blood Omen foi uma tarefa
que completei com satisfação, pois embora o jogo tenha inúmeras falhas, toda a
mitologia envolvendo os pilares de Nosgoth e o renascimento de Kain como o
vampiro mais poderoso valem a pena de assistir. Eu já tinha terminado esse jogo
na época em que foi lançado, porém, não lembrava quase nada da história, até
porque em 1996 meu inglês era muito pior do que é hoje, e como o jogo não
possui legendas (uma falha atualmente), ficava muito difícil entender o que se
passava nos diálogos. Portanto, eu considero essa a primeira vez que terminei
Blood Omen.
Dos diversos momentos marcantes na
história, confesso que fiquei muito empolgado quando Kain pega pela primeira
vez a Soul Reaver (quem jogou toda a saga vai entender), fato que sequer me
lembrava, tanto que na hora fiquei “wtf Soul Reaver”, que embora seja uma
espada merda no jogo (pois suga seu mana), me deixou com um certo ar de
satisfação sabendo que essa espada seria no futuro um dos focos mais
importantes da saga envolvendo Kain e Raziel. Outro ponto que curti bastante
foram as viagens no tempo, que embora não entrarei em detalhes pra não spoilar,
deixam a questão dos paradoxos já bastante claros. Deu a impressão que os
criadores já pretendiam criar uma continuação ou prequel, sob essa temática de
viagens temporais.
Em relação aos aspectos técnicos
do jogo, achei os gráficos decentes pra época, já que jogavámos em televisões
CRT e os pixels ficavam bem disfarçados. Um ponto de destaque pra mim foram as
dublagens e a trilha sonora do jogo. Os diálogos são muito, mas muito bem
feitos, especialmente pra época em que foi lançado, com frases coerentes e
explicações diversas sobre a história de Nosgoth e de seus pilares (aprenda
Richter Belmont!). Já a trilha dá uma sensação de calmaria às vezes, e outras
te deixa com um clima tenso.
Porém nem tudo são flores, e o
jogo peca em inúmeros aspectos, especialmente no que diz respeito à jogabilidade
e orientação para o jogador. Eu achei a jogabilidade, especialmente nas
batalhas, muito, mas muito ruim. A espada não vai pra onde você quer direito, e
é impossível lutar corpo a corpo sem apanhar, pois não existe um sistema de
defesa ou esquiva, então é uma troca de golpes desenfreada. Já a visão de jogo
perde muito com uma barra azul imensa do lado direito da tela, informando seu
LIFE e MANA, assim como as armas que você tem equipado. Poderiam fazer estilo
Zelda: A Link to the Past e colocarem na parte superior, abrindo mais a tela
nas horizontais e permitindo um campo de visão maior, pois a visão padrão do
jogo é muito próxima do personagem, e como você enxerga de cima, fica
impossível saber a totalidade do mapa e dos inimigos. Isso poderia ser
resolvido com a opção já existente de zoom, que é feita com o botão L1; porém,
quando a utilizamos, o jogo fica muito distante e sem definição alguma, ou
seja, não agrada a gregos nem a troianos. Tive que jogar com o Kain colado na
tela muitas vezes, nunca sabendo onde os inimigos vinham. Também existe uma
visão panorâmica que funciona até, sendo selecionada com o botão L2, mas infelizmente
não salva esse ponto que considero um dos piores do jogo.
A orientação também mata qualquer
player menos experiente. Simplesmente o jogo te diz pra onde ir, mas o mapa é
muito, muito mal feito, embora bem desenhado, tem uma péssima usabilidade. É
tipo dar o mapa da Terra Média e falar “se vira mermão”. Mesmo a visão
panorâmica não te ajuda muito. A falta de legendas, embora comum na época, faz
uma falta incrível pras pessoas que não entendem bem o inglês falado, até mesmo
por causa de diálogos mais complexos. Outro ponto que achei absurdo e
sinceramente não entendo como na época aguentei (talvez devido ao costume)
foram os loadings. NOSSA, é muito, muito absurdo o tempo de loading para abrir
o mapa, para abrir um menu, etc. Mesmo jogando via .ISO no PS3, o loading é
muito demorado. Imaginem para os PSX’S “desalinhados” na época?
Enfim, Blood Omen: Legacy of Kain
é um jogo muito interessante para os players que curtem a história de mitologia
envolvendo essa saga fabulosa de viagens temporais e realidades alternativas,
que se extende pro mais quatro jogos: Soul Reaver, Soul Reaver 2, Blood Omen 2
e Legacy of Kain: Defiance. Porém, se você é um jogador já acostumado com a
geração PS2 e PS3, esqueça. Os gráficos são bem “feios” e você provavelmente
irá se irritar com os loadings. De qualquer forma, pros destemidos, é um jogo
muito legal e que vai fazer você ficar irritado algumas horas, especialmente
por não saber onde ir.
Prós:
História Fantástica
Diálogos muito bem produzidos
Trilha sonora excelente
Contras:
Não há legendas
Mapa confuso
Opções de Zoom deixam perto ou longe demais
Combate ruim
Loadings simplesmente absurdos
PS: Vou completar toda a saga "Legacy of Kain" na ordem. Já estou jogando Soul Reaver, que é a continuação direta de Blood Omen.
Abraços a todos!
Algumas telas do jogo:
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Blood Omen - Screenshots |