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sábado, 29 de junho de 2013

Matrix: uma visão da veracidade da informação digital.

Boa tarde a todos. 
Parando um pouco o desafio dos 1001 jogos (projeto à parte do blog), estou postando uma resenha que fiz para o curso de Arquitetura da Informação que faço, e decidi analisar o filme "Matrix", de 1999, produzidos pelos irmãos Wachowski, fazendo uma analogia com os movimentos sociais online de hoje em dia e a questão da informação ser real ou não. Espero que curtam! 

Resenha:
É praticamente impossível fazer um levantamento dos filmes que abordam questões existenciais e filosóficas e não mencionar “Matrix”. O filme, dirigido pelos irmãos Wachowski, foi lançado em 1999 e rapidamente se tornou um fênomeno cultural entre os amantes do cinema “cyberpunk”, genêro que até então andava bastante escasso dentro da indústria cinematográfica. Mas qual o motivo do filme ter feito tanto sucesso e quais as questões abordadas em seu enredo? Podemos destacar várias, como filosofia oriental, questões inerentes ao “eu”, interação entre homem/máquina, e obviamente a questão que este texto visa analisar, que é a representação e também manipulação da informação, tudo isso adicionado a doses de kung fu e cenas de ação alucinantes.
Primeiramente é necessário destacar que na época de seu lançamento, a própria sociedade caminhava para o “mundo online”, que embora já existisse, em alguns lugares ainda começava a caminhar em passos curtos. O que o filme mostra é praticamente o contexto social em que nos encontramos nos dias atuais: uma sociedade conectada praticamente 24 horas por dia, 7 dias por semana, mas ao invés de estarmos “plugados” pelo cérebro, estamos conectados através de dispositivos móveis como smarphones e tablets, consequentemente sendo bombardeada pelos mais diversos tipos de informação, muitas vezes a “digerindo” sem sequer verificar sua veracidade, se é que isso é possível.
A principal analogia que esse texto pretende apresentar entre o filme e a questão da informação é a pergunta: “o que é real?”. O que podemos considerar real ou não? Quais informações são confiáveis, quais são apenas produtos criados por diversos veículos de comunicação para criar uma confusão informacional e com isso dúvidas da população em relação a um determinado tema? Obviamente que Matrix aborda isso de uma maneira bem mais abrangente, colocando a famosa máxima “cogito ergo sum” (penso logo existo), na qual aborda a própria questão da existência humana, já que em uma suposição, poderíamos realmente sermos parte de uma simulação gerada por computadores inteligentes o suficiente para representar nossa racionalidade em forma de códigos binários.
Em uma escala menor, pode-se analisar a questão do real/virtual voltada para a informação, especialmente que na sociedade contemporânea somos bombardeados por informações vindas de diversas partes, sem sequer sabermos a fonte. Essa análise parte da premissa de que no último mês, devido às manifestações ocorridas em território nacional, oriundas de uma mobilização massiva da população nas redes sociais como Facebook e Twitter, além dos veículos informacionais online, como diversos jornais, fomos expostos à muitas informações de diferentes fontes, gerando um caos na internet e colocando a própria população em dúvida sobre o que estavam protestando. Qual era a informação correta? Em quem acreditar? O que divulgar?
Uma das principais observações ocorridas foi a divulgação de notícias que datavam o ano de 2011, apenas porque estavam em um contexto parecido com o atual. A propagação em massa dessas informações acabava as tornando “reais” perante o olhar de uma parcela da população, que frequentava as redes sociais e não consultava a fonte dessa informação. Diversas pessoas realmente acreditavam em fatos que sequer sabiam a legitimidade, consequentemente difundido para outras pessoas que também passavam a acreditar.
É justamente nesse ponto que podemos fazer uma analogia com o filme Matrix. Muitas das informações são produzidas e manipuladas de forma a fazer  a grande parcela da população acreditar que são reais, sempre tendo algum interesse, seja ele econômico ou político. Isso pode ser notado apenas com uma breve análise do contexto atual do país e das redes sociais online. O que o filme representou foi basicamente o mesmo contexto, apenas ampliado em uma escala global. As máquinas simulavam um mundo no qual as pessoas acreditavam ser real para poderem consumir sua energia vital e com isso continuar sua existência. Portanto, a questão continua sendo a mesma, apenas em patamar “menor”, se é que pode-se chamar assim.
Matrix consegue ser um filme brilhante por isso, por possuir em sua essência diversos temas que podem ser levantados e analisados, de forma subjetiva, muitas vezes sendo “escondidos” pelas cenas de ação e efeitos especiais. Particularmente considero os irmãos Wachowski gênios em termos de visão de mundo, até pelo fato de que o filme foi escrito em 1997-1999 e consegue se manter atual até hoje.

29/06/2013

domingo, 2 de junho de 2013

Legacy of Kain: Soul Reaver


Título: Legacy of Kain: Soul Reaver
Gênero: Adventure      
Plataforma: Playstation, Dreamcast, PC (Windows)
Desenvolvedora: Crystal Dynamics -  Eidos.


A saga continua e dessa vez estamos 1500 anos após Kain ter destruido os pilares de Nosgoth e se tornado o mais poderoso vampiro. Somos apresentados a um novo  e não menos importante protagonista, chamado Raziel, criado por Kain para ser o segundo no comando do império construído. Porém, graças a um infortúnio do destino (será mesmo?), Raziel é jogado nas profundezas de um lago para queimar eternamente. Mas ele volta sedento de vingança e acaba sendo parte de uma das maiores e mais complexas sagas da história do videogame. Soul Reaver mudou totalmente o conceito inicial do primeiro jogo da saga Legacy of Kain, adotando o estilo adventure 3D e é considerado até hoje como um dos principais marcos desse estilo na história do PSX, especialmente por causa da sua jogabilidade e fluidez nos movimentos de Raziel.

História do jogo:

A história de Soul Reaver começa 1500 anos após o término de Blood Omen, no qual Kain, o último suporte dos pilares, escolheu sobreviver e com isso, governar uma Nosgoth corrompida, já que não possuía mais os pilares para manter o seu equilíbrio. A cena inicial mostra Kain sentado em um trono construído justamente na sala dos pilares, quando seu general, Raziel, se apresenta e mostra que sofreu uma uma evolução, claramente deixando Kain perturbado. Raziel desenvolveu asas, semelhantes à asas de morcego, e graças a isso, despertou a inveja profunda de Kain, que após apreciá-las, as arranca e condena seu segundo no comando por traição. Logo após, comanda aos seus oficiais que joguem o ferido Raziel no lago mais profundo de Nosgoth, para que ele fique eternamente queimando, já que vampiros são vulneráveis à agua.
Raziel é arremessado no abismo e permanece submerso por 500 anos, queimando e sofrendo uma punição que sequer sabe a razão ao certo. Porém, é retirado desse sofrimento por uma entidade chamada “elder god”, que possui o controle da “Wheel of Fate” (em português, Roda do Destino), incubindo Raziel de aniquilar Kain e com isso restaurar o equilíbrio dos pilares, outroras esquecidos. Motivado por sua sede de vingança, Raziel aceita a missão e retorna ao mundo como um espectro, que agora ao invés de beber sangue, consome espíritos de pessoas ou seres já mortos, sendo chamado de Soul Reaver. Começa assim a história do segundo, porém não menos importante protagonista da saga Legacy of Kain. Raziel é apresentado a uma Nosgoth destruída, no qual seus “irmãos” foram corrompidos por Kain e sua missão agora é simplesmente destruir todos os seres que algum dia chamou de família. Porém, durante sua missão, ele irá desvendar terríveis verdades envolvendo sua origem e existência.

Impressões e minha experiência:

Confesso que a sensação de jogar Soul Reaver pela 3ª vez me deixou um pouco frustrado. Joguei no ano do seu lançamento, em 1999 e depois joguei também no Dreamcast, que por sinal possui a melhor versão, na minha opinião. De qualquer forma, dessa vez joguei no meu ps3, com a versão do psx, que confesso me arrependi um pouco, pois poderia ter jogado no pc e aproveitado mais a experiência.
Embora o jogo seja um marco na história do PSX, já que na época foi um dos poucos jogos de aventura/exploração em 3d que possuia um personagem com uma movimentação fluída e uma ótima jogabilidade, hoje em dia é apenas um esboço do que os jogos viriam a ser. O gráfico 3D do PSX não envelheceu bem no geral, e certos jogos acabam possuindo um aspecto muito “feio”, se olharmos com a visão atual. Os gráficos de Soul Reaver são muito fracos, e mesmo na época eram considerados até “simplórios” demais, pois como era um jogo grande em termos de cenário, exigia bastante do hardware limitado do PSX.  Essa foi minha primeira impressão quando comecei a jogar, e olha que sou um cara que suporta gráficos antigos na boa.
Porém não vamos jogar apenas pedras no pobre jogo, pois com certeza ele inaugurou uma era e uma saga que se tornou uma das mais famosas e complexas no mundo dos games. Se o jogo peca no quesito gráfico, ganha muito no quesito história, que por sinal é contada com bastante riqueza de detalhes, mostrando o embate constante entre Raziel e seu algoz, Kain, e entre seus “irmãos”. Nessa jogada entendi perfeitamente os diálogos, e pude perceber como o jogo se relaciona com seu antecessor, Blood Omen. Dentre os principais fatos que acontecem no jogo, destaco o diálogo entre Raziel e Kain nos pilares, que dá início à saga da Soul Reaver. É muito interessante ver que Kain não consegue destruir Raziel utilizando sua espada lendária (fato explicado durante Soul Reaver 2)  e como Raziel passa a ter uma simbiose com essa arma. Outro ponto muito interessante foi Raziel descobrindo sua origem como Seraphan, nos túmulos da fortaleza, e observar que apenas um caixão não está lá, que é o de MALEK (Alguém lembra dele no PSX ? Hein hein?). Ele e seus irmãos eram todos Seraphans antes de serem transformados, e pra quem não conhece a história, os Seraphans são inimigos mortais dos vampiros. A aparição de Ariel também é interessante. Aliás, ela aparece em quase todos os jogos, mas não resolve muita coisa.
Como disse anteriormente, Soul Reaver me frustrou um pouco dessa vez, e embora tenha entendido a história de forma muito melhor, não me senti satisfeito jogando-o. Além dos gráficos, achei a jogabilidade muito, mas muito ruim, talvez pior que de Blood Omen. Como é um jogo 3d, e na época ainda não se pensava muito no controle da visão, a rotação da câmera era feita com os botões R2 e L2, ou seja, um verdadeiro inferno para saber o que estava acontecendo. As quedas de frame também atrapalham bastante, e o combate é ruim, mas muito ruim. Acho que a questão do combate é um ponto fraco em todos os games praticamente (Não joguei o Blood Omen 2 nem o Defiance ainda). Esses problemas me fizeram simplesmente terminar o jogo, sequer procurando itens secretos e barras de energia a mais, até porque os chefes são ridículos de fáceis. Tirando esses defeitos, o jogo possui uma dublagem excelente, com atuações convincentes, além da trilha sonora espetacular, dando destaque para a música da fase do Dumah (escute aqui)
Se você estiver com vontade de se aprofundar mais na saga, sugiro que jogue a versão de pc, que é BEM melhor que a original de PSX. Se eu não fosse tão masoquista, a teria jogado. De qualquer forma, é um jogo “obrigatório” para que se comece a jogar Soul Reaver 2 e entender o desfecho (ou não) da história de Raziel. Em breve farei uma análise sobre (já terminei, só preciso escrever).
Abraços a todos!
Algumas imagens do jogo:

Soul Reaver: screenshots


sábado, 25 de maio de 2013

Blood Omen: Legacy of Kain



Título: Blood Omen - Legacy of Kain; 1996
Gênero: RPG/Action
Plataforma: Playstation, PC (Windows)
Desenvolvedora: Silicon Knights / Crystal Dynamics



Blood Omen: Legacy of Kain com certeza é parte de uma das mais complexas sagas do mundo dos games. Para que se entenda a história de forma completa, é necessário que se jogue todos os cinco jogos da série e entender a tamanha confusão envolvendo viagens temporais, paradoxos e eventos caóticos que envolvem o mundo de Nosgoth. Esse é o primeiro jogo da saga, e foi o único que utilizou gráficos 2D e visão de cima, lembrando nosso saudoso Zelda.

História do jogo:


Obviamente que toda saga tem um início, e nesse jogo acompanhamos a história de Kain ainda humano, sendo morto e se transformando em um dos maiores anti hérois da história. O jogo começa com Kain sendo assassinado por humanos e logo depois sendo ressuscitado por um necromante chamado Mortanius e se transformando em um vampiro, que busca vingança e vai atrás dos seus algozes.
Ao longo da história, nos deparamos com o mundo de Nosgoth, seus seres sobrenaturais e também os pilares, que acabam se tornando uma parte essencial da história. Basicamente eles são o equilíbrio do mundo, e graças a eventos acontecidos entre os humanos e os vampiros, esse equilíbrio cai por terra e cabe a Kain ir em busca da restauração, mesmo contra sua vontade. Como a saga possui uma história muito complexa, falar muito acaba estragando a surpresa, pois ao longo do jogo acontecem reviravoltas dos mais diversos tipos. Vale a pena jogar e acompanhar a história e origem de Kain, que veio a se tornar o mais poderoso vampiro já existente.

Impressões e minha experiência:


Terminar Blood Omen foi uma tarefa que completei com satisfação, pois embora o jogo tenha inúmeras falhas, toda a mitologia envolvendo os pilares de Nosgoth e o renascimento de Kain como o vampiro mais poderoso valem a pena de assistir. Eu já tinha terminado esse jogo na época em que foi lançado, porém, não lembrava quase nada da história, até porque em 1996 meu inglês era muito pior do que é hoje, e como o jogo não possui legendas (uma falha atualmente), ficava muito difícil entender o que se passava nos diálogos. Portanto, eu considero essa a primeira vez que terminei Blood Omen.
Dos diversos momentos marcantes na história, confesso que fiquei muito empolgado quando Kain pega pela primeira vez a Soul Reaver (quem jogou toda a saga vai entender), fato que sequer me lembrava, tanto que na hora fiquei “wtf Soul Reaver”, que embora seja uma espada merda no jogo (pois suga seu mana), me deixou com um certo ar de satisfação sabendo que essa espada seria no futuro um dos focos mais importantes da saga envolvendo Kain e Raziel. Outro ponto que curti bastante foram as viagens no tempo, que embora não entrarei em detalhes pra não spoilar, deixam a questão dos paradoxos já bastante claros. Deu a impressão que os criadores já pretendiam criar uma continuação ou prequel, sob essa temática de viagens temporais.
Em relação aos aspectos técnicos do jogo, achei os gráficos decentes pra época, já que jogavámos em televisões CRT e os pixels ficavam bem disfarçados. Um ponto de destaque pra mim foram as dublagens e a trilha sonora do jogo. Os diálogos são muito, mas muito bem feitos, especialmente pra época em que foi lançado, com frases coerentes e explicações diversas sobre a história de Nosgoth e de seus pilares (aprenda Richter Belmont!). Já a trilha dá uma sensação de calmaria às vezes, e outras te deixa com um clima tenso.
Porém nem tudo são flores, e o jogo peca em inúmeros aspectos, especialmente no que diz respeito à jogabilidade e orientação para o jogador. Eu achei a jogabilidade, especialmente nas batalhas, muito, mas muito ruim. A espada não vai pra onde você quer direito, e é impossível lutar corpo a corpo sem apanhar, pois não existe um sistema de defesa ou esquiva, então é uma troca de golpes desenfreada. Já a visão de jogo perde muito com uma barra azul imensa do lado direito da tela, informando seu LIFE e MANA, assim como as armas que você tem equipado. Poderiam fazer estilo Zelda: A Link to the Past e colocarem na parte superior, abrindo mais a tela nas horizontais e permitindo um campo de visão maior, pois a visão padrão do jogo é muito próxima do personagem, e como você enxerga de cima, fica impossível saber a totalidade do mapa e dos inimigos. Isso poderia ser resolvido com a opção já existente de zoom, que é feita com o botão L1; porém, quando a utilizamos, o jogo fica muito distante e sem definição alguma, ou seja, não agrada a gregos nem a troianos. Tive que jogar com o Kain colado na tela muitas vezes, nunca sabendo onde os inimigos vinham. Também existe uma visão panorâmica que funciona até, sendo selecionada com o botão L2, mas infelizmente não salva esse ponto que considero um dos piores do jogo.
A orientação também mata qualquer player menos experiente. Simplesmente o jogo te diz pra onde ir, mas o mapa é muito, muito mal feito, embora bem desenhado, tem uma péssima usabilidade. É tipo dar o mapa da Terra Média e falar “se vira mermão”. Mesmo a visão panorâmica não te ajuda muito. A falta de legendas, embora comum na época, faz uma falta incrível pras pessoas que não entendem bem o inglês falado, até mesmo por causa de diálogos mais complexos. Outro ponto que achei absurdo e sinceramente não entendo como na época aguentei (talvez devido ao costume) foram os loadings. NOSSA, é muito, muito absurdo o tempo de loading para abrir o mapa, para abrir um menu, etc. Mesmo jogando via .ISO no PS3, o loading é muito demorado. Imaginem para os PSX’S “desalinhados” na época?
Enfim, Blood Omen: Legacy of Kain é um jogo muito interessante para os players que curtem a história de mitologia envolvendo essa saga fabulosa de viagens temporais e realidades alternativas, que se extende pro mais quatro jogos: Soul Reaver, Soul Reaver 2, Blood Omen 2 e Legacy of Kain: Defiance. Porém, se você é um jogador já acostumado com a geração PS2 e PS3, esqueça. Os gráficos são bem “feios” e você provavelmente irá se irritar com os loadings. De qualquer forma, pros destemidos, é um jogo muito legal e que vai fazer você ficar irritado algumas horas, especialmente por não saber onde ir.


Prós:
História Fantástica
Diálogos muito bem produzidos
Trilha sonora excelente

Contras:
Não há legendas
Mapa confuso
Opções de Zoom deixam perto ou longe demais
Combate ruim
Loadings simplesmente absurdos

PS: Vou completar toda a saga "Legacy of Kain" na ordem. Já estou jogando Soul Reaver, que é a continuação direta de Blood Omen.
Abraços a todos!

Algumas telas do jogo:

Blood Omen - Screenshots

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Castlevania - Symphony of the Night

Título: Castlevania – Symphony of the Night
Ano: 1997
Gênero: Aventura exploratória – Conhecido como “Metroidvania”
Plataforma: Playstation, Sega Saturn
Desenvolvedora: Konami


Qual o ser humano que joga videogame e nunca ouviu falar da série Castlevania? Desde os tempos remotos do saudoso Nintendo 8 bits que essa série vem fazendo história no mundo dos games, tornando os Belmonts como uma das mais conhecidas famílias caçadoras de vampiros. Porém, nesse jogo, o héroi principal não é um Belmont, mas sim Alucard, o filho “rebelde” do Conde Drácula, inimigo mortal dos humanos. Esse game foi um dos responsáveis pela revitalização do gênero originalmente visto em Metroid e Super Metroid, de Nes e Super Nes, respectivamente. Castlevania SOTN se tornou tão famoso que cunhou um novo tipo de jogo, chamado por muitos de “Metroidvania”, que são os jogos em 2D no qual o principal foco é explorar diversas áreas e descobrir segredos, assim acessando novas áreas. Vamos ao jogo!

História

Como todo game da série Castlevania (pelo menos a grande maioria deles), você se encontra mais uma vez em conflito com o grande inimigo da humanidade, Conde Drácula, ressuscitado novamente para atormentar os pobres mortais e tentar jogar o mundo na eterna escuridão (ô clichê...). A história do jogo se inicia justamente no final do saudoso Castlevania – Rondo of Blood, do PC Engine, mostrando a luta entre o Conde e o caçador de vampiros Richter Belmont, que obviamente o derrota e mais uma vez justifica a fama da família Belmont em acabar com o vilão. Logo após esse prólogo, o jogo se inicia, mostrando que alguns anos se passaram e Richter sumiu misteriosamente. Para as coisas se tornarem mais curiosas, o castelo Castlevania (que é o nome do castelo do Drácula) surge mais uma vez atormentando os moradores da região. E agora? Como faremos sem um Belmont para salvar os humanos?
É ai que entra o filho “bastardinho” do Drácula, que se chama Alucard (uau, super original não?) que decide ir ao castelo e dar cabo de uma vez por todas do seu pai. Vale lembrar que Alucard foi um aliado importante da família Belmont no passado, ajudando Trevor Belmont em sua luta, retratada no jogo Castlevania III – Dracula’s Curse, do Nes (que obviamente irei terminar). Voltando ao game em questão, este começa basicamente começa com a chegada de Alucard no castelo de Drácula e seu encontro inicial com Death, que já de início rouba todos seus equipamentos e te deixa na pindaíba. Daí em diante, cabe ao jogador desvendar o mistério do famigerado Castlevania e descobrir quem está por trás de todos esses eventos.

Impressões

Embora eu já tivesse jogado Castlevania no ano de seu lançamento, em 1997, no meu falecido PSX, joga-lo novamente foi uma experiência diferente e compensadora. Atualmente é bastante difícil sairem jogos legais nesse estilo, que possuam carisma e que te deixem horas a fio procurando e procurando itens para abrir novas áreas. Nessa nova jogada, fiquei quase 2 horas para achar a forma de névoa e de morcego, pois não fazia idéia de onde estavam (fato que na primeira jogada devo ter visto por acaso, pois foi um saco pra achar). De qualquer forma, o jogo te faz querer explorar cada vez mais, graças ao sistema de experiência, que acaba compensando o jogador em matar os mesmos inimigos milhões de vezes. Terminei o jogo com 198,4%, sendo que o total são 200% na versão PSX e se não me engano 200,8% na versão do Sega Saturn (que infelizmente não possuo.. –AINDA- :D). Não tentei fazer 200% pois eram coisas que na minha opinião não iriam afetar a história propriamente dita, já que eu fui na intenção de ver o final real do jogo (que você só consegue abrindo o Castelo invertido).
Dessa vez, graças ao meu PS3 pipipitchu(!!!), consegui jogar o game original japonês traduzido por fãs, que sinceramente, faz parecer outro jogo! Ninguém merece aquele diálogo inicial do Richter falando “Die Monster!”. Sério, é muito, muito ruim! Parece que os dubladores estavam tipo tomando um chá e tal e decidiram “ah vamo dublar essa porra logo”. Os diálogos japoneses são maravilhosos e cheios de emoção. A voz de Death ficou muito, muito boa, e o diálogo final do Drácula ficou muito emocionante. Recomendo a quem jogar nos emuladores, usar a versão japonesa traduzida, para ter uma experiência bem melhor. Quem não jogou esse game, por favor, jogue-o mais rápido possível, pois você está perdendo um dos melhores jogos já produzidos!
Em breve irei terminar outros da saga Castlevania, mas meu foco em vampiros agora será outro, voltado para a série Legacy of Kain, que em breve terão textos aqui!
Abraços a todos!


Algumas imagens:

Symphony of the Night - Screenshots


terça-feira, 2 de abril de 2013

Arquivologia, Arquivista e Usuário final.

    Uma questão que vem aparecendo de forma cada vez mais clara em minha mente, e que pretendo discutir em um artigo que estou escrevendo, diz respeito à utilização das bases de dados arquivísticas, especialmente as de instituições detentoras de documentos com valor secundário, ou também chamados de "documentos históricos". É visto que muitas dessas bases, embora possam disponibilizar uma gama vasta de informações, possui uma interface complexa que acaba confundindo o usuário que busca muita das vezes uma informação simples, e diante de tantos termos e campos, acaba desistindo da busca. Possivelmente esse usuário não voltará tão cedo a pesquisar na base.

   Dois pontos chamam minha atenção para as práticas arquivísticas atuais, nos quais eu divido em duas grandes atividades. A primeira é a organização do acervo, utilizando-se de métodos oriundos da área para uma eficiente ordenação lógica e física. Geralmente esse processo é realizado com sucesso em instituições de guarda, permitindo que se localize o documento de forma rápida. Já o segundo ponto é o que complica a vida dos usuários: a disponibilização do acervo para o público, que com a constante utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), se dá em bases de dados contendo documentos digitalizados, permitindo que o usuário através da internet ou da intranet da instituição possa ter acesso a documentos que muitas vezes devido à sua idade, estão em um estágio frágil, e o manuseio poderia acabar danificando ainda mais sua integridade.

   É nesse ponto que entra o grande problema. O profissional arquivista, muitas das vezes organiza o acervo de forma eficiente e bacana, porém na hora de dar acesso, ele acha que o usuário também precisa saber sobre a área, enchendo as bases de dados com inúmeros campos de busca, o que acaba deixando o usuário frustrado, já que não consegue acessar o documento. E a pergunta feita é: por quê? para que complicar? Será que o usuário realmente precisa ter tantas informações na tela? será que essas informações não deveriam ficar embutidas dentro do sistema de busca, através de indexação e metadados? que só seriam mostrados se o usuário quisesse saber. É uma questão que estou estudando, associando a área arquivística com a área de UX (User eXperience), buscando criar interfaces de saída amigáveis, que além de permitirem uma melhor visualização do conteúdo da instituição, irão agregar um valor enorme, já que a maior utilização das bases irá dar visibilidade ainda maior a essa instituição.

   O Arquivista precisa saber separar a organização do acesso. Nós organizamos para dar acesso a alguém, não a nós mesmos. Precisamos pensar como o usuário que nunca viu termos como "fundos", "série", "subsérie", "arranjo", etc. Temos que ter em mente que as vezes o usuário só quer uma foto, não se importando com seu fundo ou série. E ele não tem obrigação de saber disso. Nós temos. Nós precisamos criar sistemas de organização e recuperação de informação eficientes e eficazes, para que o usuário ache o que quer sem precisar se cansar demais. Essa é a premissa que vem dominando o mercado, e essa é a premissa que precisa ser posta em prática na Arquivologia para que possamos ganhar mais destaque como profissionais da Informação.

sábado, 30 de março de 2013

De volta, após a maratona do Mestrado.


   Olá a todos! depois de algum tempo sem postar, devido à maratona exaustiva (tanto fisicamente quanto mentalmente) que foi o término do mestrado, finalmente estou de volta! E agora sendo Mestre em Ciência da Informação! Valeu todo o esforço nos dois anos que esse curso durou. Aprendi muita coisa e graças a ele descobri uma das áreas mais interessantes e que pretendo seguir, que é a área de UX (User eXperience) , ou Experiência de Usuário. Enfim, isso será papo para outros textos aqui =).
     
   Hoje venho falar um pouco do meu trabalho de mestrado, que vem totalmente ao encontro do que esse blog se propõe, ou seja, analisar as tendências tecnológicas que cada vez mais aparecem em nossa vida e nos facilitam (ou nao) em alguns aspectos. Isso fica a critério de cada leitor! Chega de enrolação e vamos ao texto!

   Um dos assuntos mais importantes das nossas vidas, e que poucas pessoas realmente se preocupam é a Saúde, ou especificamente, a falta de saúde. Enquanto estamos vivendo, trabalhando, comentando no facebook, vendo filmes, etc., não nos lembramos muito da nossa saúde; porém quando acontece algo fora do normal, rapidamente nos esquecemos dos assuntos acima e vamos logo ao médico, ver o que aconteceu. A grande maioria, incluindo a mim, é assim. Tá, e o que isso tem a ver com tendências de tecnologia? você me pergunta. E eu digo: TUDO. Quando utilizamos essas novas formas de tecnologia para cuidarmos de nossa saúde, muitos benefícios podem ser alcançados. E esse foi o tema do meu trabalho, que teve o título de "Redes Sociais online e Dispositivos tecnológicos: sua utilização na vigilância e promoção da saúde.".
      
   A escolha das áreas de vigilância e promoção se deu justamente pelo fato de que essas categorias atendem ao ser humano de forma a evitar seu adoecimento, ou seja, manter sua qualidade de vida, que é sinônimo de saúde. E nesse ponto que as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) ganham um papel fundamental na vigilância e promoção da saúde. Qual o motivo? simples.. atualmente as pessoas vivem conectadas por muito tempo, e as redes sociais ganharam um papel significativo na sociedade, então, me digam, se utilizamos redes sociais de música, de fotos, de interação, por que não utilizar redes sociais voltadas para a saúde? E aplicativos para smartphones?

   Nesse texto abordo as redes sociais, já que são de fácil acesso, bastando ter uma conexão à Internet e um navegador decente. Existem diversas redes sociais em saúde que visam melhorar a qualidade de vida do usuário, transmitindo informações importantes, desde alertas sobre vacinação, epidemias, dietas específicas para grupos como hipertensos, diabéticos, até mesmo suporte emocional para pessoas com doenças como câncer, depressão, etc. Fica claro aqui que tais redes não substituem a consulta ao médico especializado, e sim agem como uma ferramenta complementar para busca de informação.  O legal é que com o grande número, muitas acabam se voltando para uma temática e um grupo específico. Por exemplo existem redes voltadas para profissionais, outras voltadas para pacientes, e algumas voltadas para ambos, e é aí que considero a fórmula de sucesso. 

   A razão disso é que em redes que permitem tanto o acesso de profissionais de saúde quanto de usuários comuns, há uma troca de informação bem legal entre ambos, não necessitando por exemplo de ir até um posto de saúde ou hospital para procurar informações que poderiam ser passadas de forma mais acessível, como por exemplo um post em uma rede ou uma twittada. São inúmeras possibilidades para o uso dessas ferramentas, e ainda mais virão com o seu constante desenvolvimento.

   Agora irei passar o link de algumas redes, que abordei no meu estudo e que demonstraram serem bastante úteis:

     PatientsLikeMe - Rede Social internacional.
      
     Carepages - Rede Social internacional, com uma temática mais voltada ao Suporte Social.
     
     Banco de Saúde - Rede brasileira. Achei a iniciativa louvável.

   Enfim, como vocês podem ver, existem várias redes sociais que podem propiciar uma melhor qualidade de vida para o usuário e também atualizar profissionais de saúde, promovendo um diálogo melhor. Uma pena que como sempre, no Brasil, tais redes são desconhecidas, inclusive por muitos profissionais. 
       
Abraços a todos!


     

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Realidade Aumentada e possíveis aplicações

     Voltando ao principal foco do blog, hoje vou abordar uma tecnologia já existente, e por incrível que pareça, pouco conhecida pelo público "leigo" (os não geek's e nerds) em geral. Se trata da chamada "Realidade Aumentada" (em inglês, Augmented Reality).
     
      A Realidade Aumentada é uma tecnologia que consegue fazer com que informações digitais sejam visualizadas em um ambiente real, e se caracteriza por ser interativa e processada em tempo real, em três dimensões. Geralmente essas informações virtuais são visualizadas através de dispositivos eletrônicos com câmeras digitais, que criam um ambiente interativo, misto, e em tempo real.

     Como uma imagem vale mais que mil palavras, seguem alguns vídeos que dão uma idéia do que seja:





     O vídeo acima é bem didático e explica de forma simples como funciona. O vídeo que é mostrado abaixo aborda uma utilização prática dessa tecnologia:




     Esses dois vídeos já conseguem dar uma visão bem otimista de como essa tecnologia poderá ser útil. Particularmente consigo imaginar aplicações fabulosas, especialmente para a educação. Imagine uma visita ao museu, com óculos que permitam que você interaja com objetos virtuais, ou então informações surgindo em tempo real? Seria fabuloso. Fico imaginando como seria uma aplicação dessas na área arquivística; talvez no ato de pegar um documento você teria todos os dados disponíveis em uma interface de fácil visualização, ao invés de sistemas complexos de banco de dados. São infinitas possibilidades de uso, mas que infelizmente ainda estão em desenvolvimento. Existem até projetos de criação de lentes de contato que funcionem como ferramenta de interação, e confesso que seria muito legal você ter inserido na sua experiência visual outros dados além do que estamos acostumados a observar.


sábado, 26 de janeiro de 2013

Guardar pra quê? Se eu não sei o que fazer!



  Em uma discussão com um amigo via facebook, chegamos em um tópico interessante, que me fez refletir muito sobre e até hoje não consigo achar uma resposta convincente. É a atual síndrome de guardar tudo que você possui no PC, com dispositivos de armazenamento de dados cada vez maiores. Eu lembro quando era mais novo e comprei meu primeiro notebook (um 486 dx22!!), que por sinal não tinha drive de cd rom. Tive que instalar o Windows 95 através de disquetes. Isso mesmo, disquetes 3'1/2 que armazenavam cerca de 1.44m. Foram mais de 15 discos, e se desse erro em qualquer um deles, já era. Disquetes eram muito, muito frágeis. Enfim.. Hoje em dia 1.44megabytes não servem para nada basicamente, e temos dispositivos do tamanho de unhas que comportam cerca de mais de 4000 disquetes. 
     A velocidade em que surgem os novos dispositivos de armazenamento com uma capacidade cada vez maior é absurda, levando pessoas que acompanham a evolução do computador desde o começo a terem uma mania a qual me incluo: de armazenar coisas. Dos diversos arquivos que guardo, tanto em DVD'S quando no disco rígido, se incluem filmes, músicas, quadrinhos e livros digitais. Mesmo sabendo que possuo uma internet rápida e que baixo um filme em questão de minutos, tenho a necessidade de guardar. Não sei se é algo que adquiri das minhas experiências arquivísticas, mas é muito díficil que eu apague um filme ou uma série sem antes ter guardado e catalogado em minha listagem. Parece ser eficaz, mas quando vejo, tenho mais de 50 dvd's de filmes, que provavelmente verei uma vez ou duas, ou sequer nenhuma, dependendo da porcaria que seja.
     Sinceramente não sei se é uma questão cultural das pessoas mais velhas, pois percebo que os mais jovens tem uma cultura tão imediatista, que assistem algo e logo após o descartam. Possivelmente existem pontos negativos e positivos em ambos os lados, que pretendo analisar mais a fundo algum dia desses. Porém, pelo que observo no dia a dia, as próprias empresas estimulam essa cultura de armazenar dados e dados, obviamente buscando o lucro. Compramos dispositivos cada vez maiores e maiores! Vai dizer que você não se sente orgulhoso quando fala "Tenho 5 terabytes de HD". Duvido que não!
     Hoje em dia estamos começando a nos deparar com a chamada "cloud computing", que basicamente são hd's virtuais, porém ainda encontram problemas de aspecto legal e também de segurança. Talvez esse seja um dos pontos que eu quero chegar: a segurança. A questão "paterna" com seus pertences. Você ter aquilo  físico do seu lado te passa uma segurança a mais do que ter em um servidor que com um ataque virtual pode ser deletado e todos seus anos de acumulação de documentos, filmes, músicas, etc serem deletados do mapa. Com certeza eu ficaria louco.
     A questão que ainda não achei resposta é: será que vale a pena guardar tantos dados? Temos que nos policiar, assim com no consumismo, para evitarmos guardar qualquer coisa que achamos importante, mas que depois de 30 dias sequer nos lembramos dela? Essa é uma questão que procuro responder, e aos poucos pareço estar ficando mais relaxado, pois atualmente já consigo deletar coisas que acho ruins, embora ainda bata um peso na consciência do tipo: "e se eu quiser assistir ou ouvir de novo?". É complicado!

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Primeira postagem: sempre traumática!

     Olá a todos! Sempre que começo um blog novo, paro e desisto, por falta de inspiração ou sei lá o quê. Mas esse aqui será o definitivo. Aqui pretendo discutir inúmeras questões, que vão desde textos com conteúdo filosófico até mesmo questões referentes a àrea que trabalho, Arquivologia e a área que pretendo ingressar, UX, ou para os íntimos, User Experience. Não sou sensível, nem suave. Irei criticar certas coisas baseadas em meu entendimento de mundo, e espero que as pessoas tenham o mínimo de educação para comentar, tanto concordando quanto discordando! Na verdade quero mais que vocês discordem, pois assim poderemos discutir e adquirir conhecimento! Como toda primeira postagem, tem aquele lance de "Me chamo Patrick bla bla bla", mas decidi colocar um texto que tinha publicado em um blog de contos de horror que eu tinha (que não escrevi nenhum conto de horror na verdade) para me apresentar de forma mais agradável. O título da postagem original era "Quem sou eu", e se tratava de um texto que escrevi em uma entrevista de emprego e não me aprovaram =(. Então lá vai!

Quem sou eu?

     A questão do auto conhecimento, de saber quem somos nós, anda junto com a própria história da humanidade. Desde a Grécia antiga, passando pelo Budismo, sempre houve uma necessidade de saber de onde viemos, pra onde vamos, e também de saber quem nós somos no mundo. Pessoas podem passar uma vida toda sem sequer fazer essa pergunta. E os que se indagam, podem passar a vida toda procurando respostas e jamais as achando, enquanto seres vivos pensantes. Isso se deve ao fato de que seres humanos são mutáveis, em constante adaptação, vindos de diversas culturas, formulando diversos conceitos, tentando achar respostas pra uma questão tão delicada. Quem é você? Quem somos nós? Quem sou eu?

     Eu sou Patrick, porém, não sou somente essa alcunha. É apenas um nome, uma identificação perante a sociedade. Sou algo a mais que isso, algo que define "Patrick" não apenas como um nome, mas como um ser com essência. Sou um livro do "Bukowski", com suas tiradas irônicas e muitas vezes engraçadas. Sou uma fotografia de Cartier-Bresson, que via o mundo na altura dos olhos, pelo olhar mágico de sua câmera. Sou um solo de guitarra do Jimi Hendrix, que arrepia qualquer pessoa que o escute, mesmo que essa não goste de Rock. Sou o que há de melhor no meu pai e o que havia de pior na minha mãe, e vice-versa. Sou o conjunto de experiências que já vivi, e ao mesmo tempo também sou o conjunto de experiências que ainda irei viver, já que ao mesmo tempo que escrevo esse texto, já estou me modificando. Sou tudo isso, e também algo mais, impossível de explicar em palavras, já que emoções, sentimentos e pensamentos muitas vezes estão em um plano de abstração além das palavras. Enfim, quem sou eu? Não sei dizer.

     Apenas sei que nem sempre me indago, nem sempre vivo me questionando. Sei que existo, porém nem sempre há espaços para essa indagação, pois muitas vezes não somos o que queremos ser, e sim o que os outros querem que nós sejamos. É o reflexo da vida em sociedade, felizmente ou infelizmente. Me definir é algo que não cabe somente a mim, mas também a você, que está lendo isso. Então me responda, quem sou eu?