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sábado, 29 de junho de 2013

Matrix: uma visão da veracidade da informação digital.

Boa tarde a todos. 
Parando um pouco o desafio dos 1001 jogos (projeto à parte do blog), estou postando uma resenha que fiz para o curso de Arquitetura da Informação que faço, e decidi analisar o filme "Matrix", de 1999, produzidos pelos irmãos Wachowski, fazendo uma analogia com os movimentos sociais online de hoje em dia e a questão da informação ser real ou não. Espero que curtam! 

Resenha:
É praticamente impossível fazer um levantamento dos filmes que abordam questões existenciais e filosóficas e não mencionar “Matrix”. O filme, dirigido pelos irmãos Wachowski, foi lançado em 1999 e rapidamente se tornou um fênomeno cultural entre os amantes do cinema “cyberpunk”, genêro que até então andava bastante escasso dentro da indústria cinematográfica. Mas qual o motivo do filme ter feito tanto sucesso e quais as questões abordadas em seu enredo? Podemos destacar várias, como filosofia oriental, questões inerentes ao “eu”, interação entre homem/máquina, e obviamente a questão que este texto visa analisar, que é a representação e também manipulação da informação, tudo isso adicionado a doses de kung fu e cenas de ação alucinantes.
Primeiramente é necessário destacar que na época de seu lançamento, a própria sociedade caminhava para o “mundo online”, que embora já existisse, em alguns lugares ainda começava a caminhar em passos curtos. O que o filme mostra é praticamente o contexto social em que nos encontramos nos dias atuais: uma sociedade conectada praticamente 24 horas por dia, 7 dias por semana, mas ao invés de estarmos “plugados” pelo cérebro, estamos conectados através de dispositivos móveis como smarphones e tablets, consequentemente sendo bombardeada pelos mais diversos tipos de informação, muitas vezes a “digerindo” sem sequer verificar sua veracidade, se é que isso é possível.
A principal analogia que esse texto pretende apresentar entre o filme e a questão da informação é a pergunta: “o que é real?”. O que podemos considerar real ou não? Quais informações são confiáveis, quais são apenas produtos criados por diversos veículos de comunicação para criar uma confusão informacional e com isso dúvidas da população em relação a um determinado tema? Obviamente que Matrix aborda isso de uma maneira bem mais abrangente, colocando a famosa máxima “cogito ergo sum” (penso logo existo), na qual aborda a própria questão da existência humana, já que em uma suposição, poderíamos realmente sermos parte de uma simulação gerada por computadores inteligentes o suficiente para representar nossa racionalidade em forma de códigos binários.
Em uma escala menor, pode-se analisar a questão do real/virtual voltada para a informação, especialmente que na sociedade contemporânea somos bombardeados por informações vindas de diversas partes, sem sequer sabermos a fonte. Essa análise parte da premissa de que no último mês, devido às manifestações ocorridas em território nacional, oriundas de uma mobilização massiva da população nas redes sociais como Facebook e Twitter, além dos veículos informacionais online, como diversos jornais, fomos expostos à muitas informações de diferentes fontes, gerando um caos na internet e colocando a própria população em dúvida sobre o que estavam protestando. Qual era a informação correta? Em quem acreditar? O que divulgar?
Uma das principais observações ocorridas foi a divulgação de notícias que datavam o ano de 2011, apenas porque estavam em um contexto parecido com o atual. A propagação em massa dessas informações acabava as tornando “reais” perante o olhar de uma parcela da população, que frequentava as redes sociais e não consultava a fonte dessa informação. Diversas pessoas realmente acreditavam em fatos que sequer sabiam a legitimidade, consequentemente difundido para outras pessoas que também passavam a acreditar.
É justamente nesse ponto que podemos fazer uma analogia com o filme Matrix. Muitas das informações são produzidas e manipuladas de forma a fazer  a grande parcela da população acreditar que são reais, sempre tendo algum interesse, seja ele econômico ou político. Isso pode ser notado apenas com uma breve análise do contexto atual do país e das redes sociais online. O que o filme representou foi basicamente o mesmo contexto, apenas ampliado em uma escala global. As máquinas simulavam um mundo no qual as pessoas acreditavam ser real para poderem consumir sua energia vital e com isso continuar sua existência. Portanto, a questão continua sendo a mesma, apenas em patamar “menor”, se é que pode-se chamar assim.
Matrix consegue ser um filme brilhante por isso, por possuir em sua essência diversos temas que podem ser levantados e analisados, de forma subjetiva, muitas vezes sendo “escondidos” pelas cenas de ação e efeitos especiais. Particularmente considero os irmãos Wachowski gênios em termos de visão de mundo, até pelo fato de que o filme foi escrito em 1997-1999 e consegue se manter atual até hoje.

29/06/2013

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