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sexta-feira, 16 de maio de 2014

A mesmice dos games: estamos caminhando à remakes infinitos?

   Primeiramente gostaria de dizer que todo o conteúdo desse texto se baseia em minha opinião sobre games. Não considero que seja a verdade absoluta, porém acredito que faça algum sentido, pois não sou o único que discorre sobre esse assunto na atualidade. E como me considero um gamer, já que possivelmente joguei mais de 1000 jogos, acredito que tenho algo a acrescentar na comunidade.

   Nos últimos dias está circulando pela internet a lista com o conteúdo a ser apresentado na E3 de 2014; para quem não sabe, a E3 é considerada a maior feira de games da atualidade. Nessa lista, estavam contidos diversos lançamentos para as plataformas atuais, e foi nesse momento que bateu um certo medo em minha pessoa, pois vi que a lista possuia títulos que já estão em sua quarta ou quinta sequência, aparentemente mudando algo aqui ou ali, mas mantendo as mesmas mecânicas.

   A idéia aqui não é questionar sobre os títulos em si, mas sim analisar como a indústria de games caiu em uma espécie de limbo criativo. Das grandes empresas, como Sony, Microsoft, Square-Enix, Capcom, Ubisoft e outras, não vemos nada além de uma repetição de mecânicas de gameplay com uma história diferente e gráficos cada vez melhores. Mas o que será que está acontecendo? será que realmente estamos vivendo em um vazio de idéias criativas dessas produtoras? Acredito que não. Acho que tudo está relacionado com a própria configuração da indústria atual, buscando sua lucratividade ao máximo, e com isso procurando abranger todos os jogadores possíveis. Além disso segue a famosa máxima "não se mexe em time que está ganhando". Mas um dia o time perde.

   Atualmente temos basicamente três vertentes: os jogos das grandes empresas, os jogos indies e os jogos de empresas que ainda tentam manter acesa a chama da criatividade. Nesse quesito, podemos destacar alguns jogos como Dark Souls 2, que embora siga uma fórmula de gameplay da versão anterior, trouxe elementos novos e dificuldade ao jogador, retomando algo esquecido há tempos: a sensação de conquista. Os jogos indies também tentam buscar a glória do passado, com produções que não se importam tanto com gráficos mas sim com a experiência do jogador, sempre trazendo desafios a cada nova jogada. Um dos jogos que mais me divertiu foi o Super Amazing Wagon Adventure, jogo indie de xbox que possui gráficos de Atari, porém com uma história muito, mas muito engraçada e divertida.

   Já as grandes produtoras...Bem, temos gráficos espetaculares, que com certeza irão se tornar mais espetaculares, especialmente se a lista realmente for verdadeira. Porém, estamos perdendo muito em relação à experiência do jogador, com as mecânicas de determinados jogos, como Gears of War, God of War, Uncharted mudando levemente a cada jogo. Associe isso a uma narrativa que caminha pela mesma linha de roteiro, tornando a experiência maçante, na qual o jogador quer atingir rapidamente o clímax e não se preocupa em aproveitar cada momento do jogo, basicamente lembrando as produções de ação de Hollywood.

   A questão é: por que os jogos antigos possuiam a MESMA mecânica e eram tão cativantes? Jogos  como Megaman, Castlevania, Contra, Donkey Kong, Metroid possuiam muitos elementos parecidos em relação ao gameplay, mas eram sucessos absolutos e o jogador aproveitava a cada minuto? Na minha opinião, tudo está baseado no desafio, que não é mais apresentado nos jogos de hoje, onde basta apertar alguns botões e ir em linha reta para termina-los. Incluo nessa lista Uncharted e Last of Us, que apesar de serem games excelentes, caem na mesmice hollywoodiana gamística. 

   Talvez um dos únicos jogos que foge desse marasmo seja a série ZELDA, que embora possua elementos em comum no gameplay, a cada jogo apresenta uma narrativa diferente e que traça linhas não habituais na forma de contar a história. Além disso, puzzles garantem uma maior diversão e dificuldade, mais uma vez trazendo à tona o assunto "desafio". Olha que nem sou fanboy da série, mas tenho de admitir que ela faz bem seu trabalho. Outro jogo que inova sempre nesse quesito é a série GTA, trazendo um roteiro muito bem trabalhado e que prende o jogador, embora não possua um desafio convincente.

   Enfim, acho que as grandes empresas continuarão a seguir com essa fórmula maçante e desnecessária, produzindo jogos repetitivos e com gráficos espetaculares, agrandando à grande maioria dos players. Tentarão enganar os jogadores mais "hardcore" com remakes meia-boca feitos apenas pra ganhar um trocadinho. Porém, jogadores como eu, irão sempre preferir os jogos que mais trazem desafio e sensação de conquista. Obviamente que aproveitar os gráficos maravilhosos de um Uncharted 4 não fará mal a ninguém, né?



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